terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O síndrome da página em branco de vez em quando ataca-me. Apodera-se da minha pessoa e controla-a.
É verdade: estou a ser controlada pelo síndrome da página em branco. Não se nota? Ora, é nítido, é óbvio. Está escrito em mim que não consigo escrever nada em folhas brancas, limpas e virgens. Essas coisas polidas de sentido que dizem: Escreve qualquer coisa! Desenha em cima de mim!
Se tivesse um bloco de folhas riscadas era mais fácil. Encher de sentido, riscar mais, não ter medo de estar isolada no meio do nada, estar antes no meio de tudo. Poder escrever algo sobre estar afectada com o síndrome da página riscada: Uma página que é menos minha que as outras, que não é só minha? Quero ser dona da folha! Fora riscos, fora daqui! Isso sim é que era liberdade artística. Podia ainda ganhar juízo e deixar de arranjar argumentos para falta de inspiração, mas ter juízo é um processo demorado e a inspiração é mais uma desculpa.